Game Flashback - Aladdin



Esse é um daqueles jogos que só de ouvir a musiquinha a gente já fica doido pra jogar. Aliás, é um dos maiores despertadores de "Tô de próximo" e "Depois sou eu" nos arredores que eu conheço (experiência própria ¬¬).  Isso não é difícil de enteder, afinal, o filme venceu duas estatuetas no Oscar só com a trilha sonora... Mas a grande questão em torno desse game é como ele pode ser tão querido pelas pessoas que jogavam sendo que não tem exatamente nada de muito especial videogamisticamente falando. Ou será que tem? Bom, vejamos...

Origem no filme

Nos anos 90 era muito comum que, sempre que a Disney lançasse um novo filme, logo logo tivesse um novo game nas lojas com o tema do longa. Foi assim com "A Bela e a Fera", também com "O Rei Leão", "Pinocchio", "Peter Pan" etc. etc. etc. ... não seria diferente com Aladdin, certo? No caso dele, o jogo segue bem fielmente a história feita pela Disney para as telonas. A única parte que foge ao roteiro original é a que Abu, o macaquinho de Aladdin, aparentemente se perde em uma pirâmide e você tem que descer lá para resgatar o bichinho antes de retornar a Agrabah. Fora essa, tudo normal, quase as mesmas músicas, mesma história, mesmos personagens. Apesar disso, pra quem não viu o longa também é um bom jogo. Infelizmente não encontrei o filme disponível pra assistir sem baixar, mas quem quer ver outra vez encontra fácil fácil. Ah! Quase me esqueço, o filme também deu origem a uma série animada que passava no CRUJ!! divertida que eu particularmente adorava. Encontrei vários episódios dela no youtube, e resolvi disponibilizar um deles aí. Nem é o mais legal, não tem a musiquinha d"as noites na Arááááááááábiaaaa e os dias tambéééééééém..." mas até que dá pra matar a saudade.




Chega de assistir, vamos ao que interessa, videogame! Velharia! 2D!


O Jogo


Lançado em 1992 para Super Nintendo, esse lindo joguinho era praticamente um precursor com muito menos recursos do novo estilo de Prince of Persia (por que será que os desenvolvedores de games tem essa mania de achar que esses povos do médio oriente gostam de Parkour?), apesar de a versão antiga desse jogo já existir. Como ladrão nato, Aladdin é perito em movimentação e esse personagem no game para SNES é um verdadeiro saltador nato.
Na verdade a única ação possível no jogo além de correr é pular, e é assim que se mata quase todos os inimigos (vasos, escorpiões, morcegos e demais inimigos pequenos morrem com maçãs também). Usando as habilidades do menino de Agrabah, era possível ir praticamente de ponta a ponta em uma fase sem precisar tocar o chão, apenas saltando pelos parapeitos, balançando em estacas de madeira e planando com sua toalha branca (item encontrado nas fases, mas que era perdido toda vez que um continue fosse usado). Apesar da pouca variação de botões, o jogo tem alguns charmes como as expressões do macaco Abu, do Gênio, as participações do Tapete Mágico a derrapadinha que Aladdin dá quando está correndo e muda drasticamente de direção... detalhes que fazem a gente se sentir querido pela equipe técnica do jogo.



Um dos grandes pontos fracos do jogo é a quase ausência de chefes que mudem a mecânica da coisa. A passagem de Aladdin pelas fases é impedida apenas por guardas do sultão e pequenos bichos, nada que um pulinho na cabeça não resolva. O único ser que dificulta a vida do menino é o vendedor de frutas do mercado, que está ameaçando a princesa Jasmine, disfarçada de plebe. Como bom herói, você vai salvar a menina, e o cidadão já vem pra cima de você com um espadão enoooorme uma cimitarra. Reza a lenda que se você segurar R, e apertar Select, A, B, Y, esse chefe... ahhhmmm... (tirem as crianças da sala!)... bom...




Wait for it...




Peida. É, eu sei, parece hilário, ainda que existam outros jogos em que o personagem peida absurdamente com um simples botão (prometo mostrar isso aqui, fiquem calmas, crianças) MAAAAAAAAAS por ironia do destino, não consegui fazer isso. Não tenho certeza se os comandos são assim ou se é o emulador que não aceita, vai saber... Se alguém conseguir, por favor, me conte. POR FAVOR!



Curiosamente, algumas coisas aparecem muito pouco no jogo, como o item que dá um coração a mais, ou o frango assado que enche completamente sua energia. Talvez por serem itens muito bons, vai entender... às vezes parece que o time da Capcom esqueceu completamente de espalhar mais deles pelo mundo. O que eles não esqueceram foi dos diamantes, que tem pra todo lado nas fases desse jogo. Pra quem achava que
que eles não serviam pra nada e continuava correndo feito louco para terminar logo o jogo, sinto informar que eles tinham função sim, senhoritos. Juntar essas valiosas porcarias dava vidas! A cada 100 coletados, sendo que os verdes valem um e os vermelhos três, você levava o seu 1up. "Mas os vermelhos eram listados no fim da fase, eles serviam só pra isso?", eu sempre me perguntei isso. A resposta é não. Se, ao virar o contador de diamantes para 100, você pegar um vermelho, além da vida, aumenta um coração nas suas energias. Além disso, são 70 no total, mas quem pega mais de 51 vermelhos já pode ver um final alternativo! Na verdade meu caminho foi ao contrário do das pessoas normais. Eu sempre pegava o máximo possível, por isso sempre vi o final especial ao invés do final normal. Seja como for, não guarde muitas expectativas a respeito disso. A diferença é basicamente durante os créditos, fazer isso é mais uma questão de honra do que de fato por valer a pena ver um fim diferente.




Break Time


Como todo bom jogo velharia, Aladdin tem entre seus clichês a boa e fiel fase bônus para ajudar o jogador. No caso desse game, funciona como uma roda da fortuna dos desejos (como você pode ver ali em cima), na qual o apertar de um botão define qual será seu prêmio. Entre os possíveis, estão vidas, continues (a estrela), encher a energia (o coração, mas se minha memória não falha, ele também dá um a mais se sua energia estiver completa) e ganhar corações a mais (que é a função que gênio sempre fez pra mim, mas caso você já tenha todos os corações possíveis, ele te dá 3 vidas como compensação).


Piscadinha vital


Essa é uma dica valiosa para os caidores profissionais em abismos, grandes morredores de plantão e para aqueles que odeiam perder a toalha de planar usando continues. Em Aladdin, as piscadelas desse azulzinho aí davam dicas para você conseguir vidas fáceis. Durante o Bônus, se você for rápido e apertar o botão pra parar a roda logo que o Gênio pisca, suas chances de conseguir uma ou duas vidas são muto grandes. Além disso, existe uma lenda urbana de que durante a fase em que você voa com Jasmine pelo mundo, durante a aparição do gênio, apertar B quando ele pisca pode dar uma ou duas vidas assim mesmo, de graça.


Dificuldade?

"ABU, NOOOOO!!!!"

 Te lembra alguma coisa? A mim lembra um dos maiores pesadelos da infância depois da pedra rolando atrás de mim no jogo do Indiana Jones e de matar o velho do bastão em Super Punch Out. A maldita fase em que você precisa fugir da caverna voando no tapete com lava correndo atrás. Claro que hoje em dia, após anos de experiência acumulada eu já não xingo mais essa porra de fase maldita do quinto dos infernos! Aaahhh!!! Que ódio!!! Desgraça!!!!! peno mais para passar por ela. Claro...


Fora essa fase, o mais complicado que podia aparecer era a parte do Gênio em que ele conjurava nuvens, balões com uma argola ou cartas para que você passasse por um caminho sem chão ou apoio. Quando ele conjurava apenas nuvens fofas era fácil, mas as outras possibilidades podiam complicar um pouco a vida do 
Aladdin, já que a configuração de movimento para elas não era de chão normal, bonitinho, de pisar e ficar até que apareça o próximo, mas sim de salto constante ou de se balançar e pular. Cair e morrer aqui era fácil, fácil. Uma das clássicas partes em que o controle roda por todos os que estão "de próximo" em volta do videogame. Apesar de qualquer ressentimento com o Gênio por não nos dar sempre nuvens, o mundo dele, como um todo, era um dos mais legais, com a música tema do Gênio tocando enquanto você passa por tudo. Essa parte não é exatamente fiel ao filme, afinal, enquanto o nosso amigo azul canta sua música, não acontece nenhuma dessas maluquices do game com Aladdin, mas a adaptação é bem aceitável. Não chega a dar raiva nos fãs do filme.




Depois de passar pelo mundo do Gênio, vinha a traquilidade infinita de voar na boa com Jasmine no tapete mágico. Quer dizer, na boa em termos, né? Não tinha nenhum inimigo ameaçando, nem saltos super malucos pra fazer, muito menos um rio de lava correndo atrás. Na verdade a única coisa que se faz nessa parte é controlar a direção do tapete, mas a tensão de pegar todos os diamantes vermelhos e às vezes passar a um cabelinho de distância de pegar um deles não era assim muito aprazível.


Depois de tanta moleza, vem finalmente o último chefe, Jafar. O rabudo tem duas fases. Primeiro ele vem como feiticeiro conjurando inimigos e jogando o cajado em você. Quando o cajado cai, você precisa pular para escapar dos raios que ele solta (ALARME DE CLICHÊ!!!), apoiando sobre o próprio cajado, você
alcança a altura necessária para acertar a cabeça dele, mas também dá pra dar migué e fazer isso usando os bichos que ele conjura, por exemplo. Algumas pancadas mais tarde, ele vai fingir que morreu a lá Doutor Willy (veja a partir do minuto 16 =D) e volta em forma de cobra do inferno, com direito a fogo no chão e tudo mais, cuspindo ovos (?!) e dando bote para acabar com a felicidade do jogador. Sinceramente, acho que a primeira parte dele é bem mais problemática que a segunda, mas gosto é gosto, né? Não tem muito segredo, derrotar o Jafar não é nem de perto traumático como a fase de lava, maldita! Maldita!!.




Por ser um game praticamente sem segredo, bastante instintivo, Aladdin ganha pontos consideráveis. Qualquer criança é capaz de levar o garoto até o fim das primeiras fases sem muitas dificuldades. Juntando isso ao apoio do sucesso do filme, esse jogo vendeu mais de um milhão e meio de fitas pelo mundo. Eu não tinha uma, mas a locadora perto de casa tinha, e era um dos jogos mais difíceis de achar, tamanha a procura. Era diversão certa sempre, mesmo jogando as mesmas fases. Como o jogo é muito curto e não tem exatamente muitos obstáculos, é muito rápido de terminar. Vendo de novo hoje em dia, mesmo com a consciência das limitações dele,  não me importo em perder tempo jogando Aladdin. Vale pela nostalgia.



E pra você nos amar infinitamente mais, trouxemos a lista dos passwords de cada mundo. Assim como em Rei Leão, Aladdin tem um cheatzinho para escolher exatamente a fase que você quer jogar, o que é ótimo quando você está com preguiça de passar aquela parte chata pra jogar a sua favorita. Como essa manha é meio chata (envolve usar o segundo controle e apertar vários botões no Options mode...), apelaremos para o bom e velho password. É a vida...





A versão de Mega Drive



Aí temos a versão de Aladdin para os megadrivistas não quererem meu pescoço. Sou mais que obrigada a citar, né? Bom, a versão para o Mega era bem diferente da de SNES. Na verdade, não tem nada a ver mesmo, nem nas fases, nem nas historinhas, tampouco as músicas escolhidas ou a jogabilidade. Só pra começo de conversa, quem fez o jogo para o console da Sega foi a Virgin (a mesma de Rei Leão e Earthworm Jim). O nosso ladrãozinho de Agrabah aparece com gráficos bem bonitinhos, e ele tem uma espada. É divertido, claro, todo mundo gosta de ter uma espada, só que a mobilidade desse Aladdin é bem menos... hmmm... parkourística, elástica, como queiram. Ele é mais durinho na movimentação ui e as fases seguem menos o roteiro do filme em relação ao de SNES - a música da primeira fase, por exemplo, é a que o Gênio canta quando transforma Aladdin em príncipe com o primeiro desejo, logo depois de escapar da caverna onde a lâmpada estava, quase no meio do filme! Eu achava isso estranho

O jogo como um todo parece mais difícil no Mega Drive, A fase bônus com o Abu é bem mais ativa e complicada do que a roda do gênio apresentada pela Capcom, e o da boca do Gênio também é mais interativo. Minha sensação geral é de que ele é menos instintivo e mais complicado de assimilar, com tantos recursos de pular e voar e tantas bases diferentes onde pisar, ficava meio perdida nessas fases que me pareciam verdadeiros labirintos  verticais. Em compensação, a fase da corrida de tapete na lava não parecia tão agoniante quando a de SNES. Lembra muito a corrida de avestruz na segunda fase do Rei Leão... O estilo todo é meio parecido  com os outros games da Virgin, na verdade. Enfim, pra quem não conhece ou adorava e queria rever, aí embaixo tem o gameplay completinho de Disney's Aladdin pra Mega Drive.


Arriscando ser atirada aos cães raivosos pelos fãs de Mega Drive, me arrisco a dizer que o final da versão para este console é bastante decepcionante. Nem uma conversinha? Nem um filminho? Que preguiça, hein, Virgin?


Seja como for, não vou entrar no mérito de qual delas é melhor, não seria justo com todos os jogadores de Super Nintendo e Mega Drive, já que essa discussão é deles e cada qual sempre defenderá seu console favorito. Quer saber qual é melhor? Jogue as duas! Fica a dica para quem quer jogar que existem versões online que, apesar de não terem o mesmo gostinho, servem pra dar uma ideia do jogo. Quem quer baixar  Aladdin para Megadrive e para Super Nintendo para jogar em emulador ou passar pra algum cartucho velho, os links para download estão aí.