Max Payne III (PC/PS3/X360) - Game de Ponta


por Bruno Marise

O primeiro capítulo de Max Payne foi lançado em 2001, pela desenvolvedora finlandesa Remedy, e causou frisson entre os jogadores pela sua violência e a introdução do efeito Bullet Time, popularizado pelo filme Matrix, alguns anos antes. A sequência veio dois anos depois, distribuída pela gigante Rockstar, mas decepcionou por sua jogabilidade repetitiva e quase nenhuma inovação em relação ao anterior, apesar da boa história.

Com o anúncio de um terceiro jogo da série, dessa vez também produzido pela Rockstar, os fãs ficaram na ansiedade e ao mesmo tempo desconfiados. Será que ainda era possível tirar algo de bom da história do detetive Payne? Para o alívio de todos, sim!

História

Tudo começa com Payne trabalhando como guarda-costas da milionária família Branco, de São Paulo. O ex-policial, decadente, perto dos 50 anos, alcóolatra e viciado em analgésicos aceita a proposta do amigo tupiniquim Raul Passos de fugir para o Brasil após se envolver em uma confusão com gangsteres de New Jersey. Durante uma festa regada a cocaína na cobertura dos Branco, o prédio é invadido pela facção criminosa Comando Sobra, que sequestra Fabiana, a mulher do empresário Rodrigo Branco e patrão de Max. É aí que a coisa desanda: Max começa a busca por Fabiana e vai destroçar a bala quem ficar pelo caminho. Ao desenrolar do enredo, o ex-detetive descobre um mundo sujo de corrupção, violência e drogas.



Ação sem maiores complicações

A jogabilidade é bastante simples e se resume basicamente a sentar o gatilho em todos os inimigos no mapa e progredir de fase em fase. Para isso, Max dispõe de um arsenal de pistolas .50, 9mm, submetralhadoras uzi, fuzis de assalto, AK-47, M16, MP5 Navy entre outras. A brutalidade está ainda maior, com os ferimentos e buracos de bala extremamente realistas, e sangue jorrando a todo momento. Diferente dos shooters mais recentes, onde para recuperar a vida basta se manter longe dos tiros por um certo tempo, aqui a Rockstar trouxe de volta o esquema clássico da barra de vida, que se recompõe com os Painkillers, espalhados pelo cenário.


Falando em cenário, apesar de a representação da maior cidade brasileira estar longe de ser fiel, alguns lugares como a favela, boate, e estádio de futebol estão muito bem retratados e proporcionam a ambientação necessária a cada capítulo do jogo, que também tem passagens em New Jersey, New York e Panamá. A dublagem em português é caricata e artificial, mas dá um charme especial na hora dos tiroteios, com os inimigos xingando, soltando palavrões e amaldiçoando Payne o tempo todo. O tradicional Bullet Time aparece mais uma vez, e é essencial em alguns momentos, principalmente contra um grande número de inimigos. As cutscenes das mortes aparecem sempre que você mata o último inimigo do cenário, e é possível desacelerar o tempo para ver as balas estraçalhando cada pedaço do sangue ruim. Também é possível realizar execuções quando o combate é mais próximo ou quando estiver desarmado, mas só é recomendável fazer isso quando restarem poucos inimigos, caso contrário você será fuzilado antes de chegar perto de sua vítima.



O realismo também está presente na maneira de mexer com as armas. O ex-detetive não carrega mais que três armas ao mesmo tempo, sendo por exemplo, duas pistolas e um fuzil. Se quiser sacar uma das pistolas enquanto usa o fuzil, Max o segurará com uma das mãos enquanto usa a pistola com a outra.

Haja munição!


Max Payne III é bastante extenso, e tem 14 capítulos que vão te deixar vidrados para descobrir o desfecho da história do policial. O clima sombrio e frenético contribuem para a imersão do jogador no ambiente brutal do game.


Mesmo não trazendo nenhuma inovação ou algo que surpreenda os jogadores mais exigentes, Max Payne III é uma excelente opção para aquele momento de ação descerebrada, quando você não quer ficar pensando muito ou bolando estratégias ou qualquer coisa que não seja sair correndo e metendo chumbo na bandidagem.

"Eu acho que não vou ter férias na praia e um bronzeado como me foi prometido. Mas pelo menos eu estava levando tiros de um helicóptero. Essa cidade é como Bagdá de fio dental"
- Max Payne