A resposta definitiva para todas críticas acéfalas sobre a Campus Party

Depois da Campus Party, assim como em qualquer evento, muitos blogueiros decidem dar o ar da graça e criticar o evento sem o mínimo de conhecimento de causa. Isso é esperado, normal, e até útil para organização ver as críticas mais recorrentes e tentar melhorar no ano seguinte. No entanto, como de praxe, muitos autores decidem escrever críticas com o único intento de ganhar publicidade em torno da polêmica - fazendo isso miseravelmente de forma acéfala e sem argumentos. Para fazer uma resposta a todos esses tipos de postagens, elegi o mais idiota típico de todos eles de um tal blog do Zé Marcos. Eu sei que não se deve dar publicidade demasiada para esse tipo de post troll, mas entendi que é algo didaticamente necessário para que os leitores compreendam mais a fundo a diferença entre crítica e o famoso "mimimi".

Usem com vontade esse post quando verem alguma crítica similar pela internet.

"Sou apaixonado por tecnologia, mas não encontrei um motivo até hoje para me deslocar para São Paulo para participar da Campus Party, considerado o maior evento tecnológico do País. Maior em quê? Em reunir um monte de gente para navegar na internet em "alta velocidade"? Para mim, o evento está mais para uma lan house gigante e bagunçada."

Uma das primeiras Campus Party, em 1998
O primeiro argumento do autor começa questionando se a Campus seria realmente o maior evento de tecnologia do país no reducionismo de considerá-la, como essência principal, uma reunião de computadores em volta de alta velocidade na internet. Se esse fosse o objetivo principal do evento, a primeira edição dele em 1997 não seria com 10 modens de 56k compartilhados entre 250 pcs. A grande verdade é que a velocidade da internet é mais uma ação de marketing da patrocinadora do que a própria essência do porque se realiza o evento. A Campus, segundo ele, se tornaria uma lan house gigantesca e bagunçada. Talvez para a minoria que vai para lá apenas por downloads em alta velocidade. No entanto - quem estava lá pode confirmar isso - vi muita gente mais interessada em outras atividades do que simplesmente ficar lotando seus HDs no DC++ (rede interna de downloads).

"As únicas coisas que salvam são algumas palestras. E mesmo assim, são personalidades confirmando o que todo mortal está careca de saber: que o futuro é a navegação nas nuvens, que os tablets ajudam na educação, que os professores precisam ser apaixonados pelo que fazem para dar uma boa aula..."

Outro engano típico de quem critica sem conhecimento de causa. Quem realmente deu uma olhada na programação oficial do evento sabe enumerar inúmeras palestrar que trouxeram algo a mais do que essas palestrinhas senso comum que ele expôs. Na área de Entretenimento Digital, que passei grande parte do tempo, conferi diversos profissionais consolidados no mercado de games falando da experiência de desenvolvimento e a consequente fórmula para o sucesso em uma indústria um tanto defasada no Brasil. O destaque vai para a Ace Team, uma produtora chilena que com orçamento limitado desenvolveu um jogo que ganhou prêmios disputados com games como LA Noir. Mas além desse "ramo" de palestras, também vimos uma aula do Adolfo Menezes Melito, um dos dirigentes da fecomercio e ex-badass da TecToy, falando sobre o mercado de softwares no Brasil. Não esquecendo é claro da palestra de Fábio Galvão e Luiz Gondim, que mostraram as inúmeras aplicabilidades dos games na reabilitação e terapia ocupacional com o uso de dispositivos como o Kinect e Wii mote.

Saindo da área de games, além das inúmeras oficinas que garantiram um crescimento profissional gigantesco aos participantes, vemos debates essenciais sobre a cultura digital que vão muito além da navegação em nuvem - discutindo, por exemplo, o futuro da rádio digital na era do podcasting, além de outros questionamentos sobre a mídia digital em choque com a mídia tradicional. Eu poderia continuar dando outros exemplos, mas o texto ia ficar longo demais...melhor disponibilizar para você, leitor, ferramentas para ver o que rolou de fato.

"Esses três temas "reveladores" estão na última edição do Link, caderno de informática do Estadão, fazendo um balanço do evento. Ah, vá!!!"

Um argumento típico, que vi em muitas das críticas, é o reducionismo de medir a qualidade do evento por aquilo que aparece na grande mídia sobre ele. Sabemos que a Campus Party foi muito mais do que os simuladores que apareceram no Jornal Nacional ou os eventos noticiados pelos cadernos de tecnologia da Folha ou Estadão.


"Por falar em palestras, uma delas, com o blogueiro responsável pelo blog de humor "Não Salvo", confirmou o que todo internauta com um mínimo de bom senso também já sabe: que as pessoas compartilham porcarias e fofocas nas redes sociais sem se dar ao trabalho de confirmar se é verdade ou não em um site com credibilidade. O blogueiro, que possui um montão de seguidores no Twitter, conseguiu "matar" o ator Edgar Viva, que interpreta o Seu Barriga na série Chaves, fazendo com que a mentira entrasse nos tópicos mais comentados durante sua palestra. Como que tanta gente dá credibilidade a alguém que vive do humor, da zoação? "

Copiarei a última frase para dar enfase no tipo de besteira dita pelo tal Zé Mario, e que aparece de maneiras diferentes em outras criticas que li.  '"Como que tanta gente dá credibilidade a alguém que vive do humor, da zoação?". Chales Chaplin que o diga. Mont Python e Douglas Adams também. Mas é claro que não quero comparar blogueiros a eles, só quis uma resposta àquela declaração exagerada e babaca menosprezando o poder do humor. E só pra falar desse fato específico, eis aí uma bela crítica ao movimento de notícias e informações que a cultura digital criou, onde informações falsas se tornam reais em minutos. A notícia perdeu o valor da credibilidade em detrimento da velocidade. Uma comprovação 2.0 daquela lei que uma mentira contada várias vezes vira verdade. O sociólogo da era digital, Zygmunt Bauman fala disso em um dos seus capítulos do livro "44 Cartas do Mundo Líquido Moderno". Aliás, recomento qualquer uma das obras desse autor para se entender um pouco o que é a Cultura Digital e os eventos consequentes, como a Campus Party. E só pra concluir esse trecho, não entendi a relação de um único fato de uma única palestra contar como argumento para negativizar o evento como um todo.

Nessa palestra, o blogueiro Maurício Cid comprovou a propagação de notícias falsas na Web.


"Em resumo, a Campus Party é sempre mais do mesmo. Os participantes reclamam todo ano de um monte de problemas básicos, como segurança, calor, conexão e até água, e nada de proveitoso se tira do encontro. De tudo que li a respeito, nada inovador, nada diferente... Nada!!!"

Eu vou até desconsiderar o "mais do mesmo" porque já dei argumentos disso lá em cima. Quanto aos problemas de infra-estrutura, aí sim, existe algo com o qual concordo com você. De fato a organização subestimou o  fato do Anhembi se tornar uma cidade de 8mil habitantes durante uma semana. Mas também entendo que eles planejaram a mesma estrutura de segurança em países como o México e não houveram grandes problemas nesse quesito, por exemplo. Aqui está a nota oficial sobre os problemas de segurança.

Em relação ao nada de proveitoso se tira do evento: talvez para aqueles que foram lá só pra encher os HDs de pornô e filmes. Aos humanos sociáveis, a Campus Party é o evento crucial para se fazer contatos profissionais. No caso de um blogueiro, lá surgem parcerias - ou até mesmo blogs novos. Em caso de programadores, surgem idéias e desenvolvimentos que viviam rolando na mesa onde o pessoal do Linux ficava. Aos músicos, como a banda Móveis Coloniais de Acaju, surgiu um clip de música colaborativo. Para jornalistas, contatos de todos os profissionais e blogs especializados em tecnologia presentes no local. Aos desenvolvedores de jogos, acesso as principais produtoras e start ups, para parcerias e trocas de experiencias. Tirando os acordos comerciais, que nem vou citar na jogada. Poderia ficar parágrafos citando outros exemplos, mas essencialmente a Campus Party pode servir até  para a pessoa mais comum do mundo criar amizades que se mantém após o evento. Acontecem coisas de todo o tipo, únicas, e excepcionais - como por exemplo quando presenciei o nerd cego Lucas Radaelli, enxergar o mundo através dos sons com um protótipo do andróide Neil Harbinsson. Abaixo, alguns links sobre histórias e pessoas do Blog Oficial da Campus:

Aliás, só pra alertar o leitor para um erro cometido pelo autor do artigo citado. Nunca baseie seus argumentos como irrefutáveis nas poucas fontes que você "leu a respeito".

Neil Harbinsson e seu sensor que ouve as cores

"O primeiro problema do evento é o nome. Começou na Espanha e mesmo assim foi batizado em inglês. No Brasil, poderia ter recebido um apelido fácil ou coisa assim, mas os caipiras adoram inglês porque fica mais chique enrolar a língua."

Parabéns, aí está o argumento mais ridículo, típico de um post troll com intuito único de querer holofotes. Para corrigir essa besteira, vamos usar a informação do artigo sobre a Origem da Campus Party. O primeiro nome do evento, realizado pela primeira vez em 1997, foi Ben-Al Party, algo que misturava o fenômeno das LAN Partys que bombavam na europa ao da cidade Benalmádena, onde rolou a primeira vez. Ainda no mesmo ano eles decidiram mudar esse Ben-Al, afinal o evento desejava um tom mais universal do que ser simplesmente uma reunião local. O nome Campus veio do sentido de acampamento de tecnologia do evento, sendo esse um nome multilíngue, afinal até um completo analfabeto em ingles aqui no brasil, ou na espanha, ou no méxico, entendem o significado. Diferente de "Acampamiento Party", por exemplo. Ou seja, é tudo muito mais do que um nome chique pra enrolar a língua. 


"Todo ano, os organizadores fazem um montão de promessas para o próximo. E as reclamações continuam... Seria incompetência na organização?"

Junto com as promessas vem os desafios. Se eles decidissem fazer um evento da exata magnitude, quantidade de eventos, acontecimentos e palestras desse ano, provavelmente conseguiriam fazer um evento praticamente sem grandes problemas. O trampo é que a cada ano o evento aumenta, pensando sempre em fazer algo a mais do que o ano anterior. Mas uma coisa é fato, os problemas raramente são recorrentes, como por exemplo a questão da energia. Durante um dos dias o bairro inteiro do Anhembi ficou sem energia (inclusive o hotel ao lado, que também tem gerador). A Campus não teve nem uma queda. Mas concordo que sempre há o que melhorar.

"Então, pergunta o leitor, o que este blogueiro reclamão sugere para melhorar? Eu sugiro o fim do evento, simplesmente. Não tem serventia alguma. A menos que as pessoas gostem de sofrer em um local quente, sem água e com palestras que confirmem apenas o que se lê todos dia na própria internet hoje em dia; a menos que sirva apenas de ponto de encontro para quem tem tempo para gastar com futilidades. "

Se é tão horrível assim, o que fazem 7500 masoquistas aparecerem lá e sairem, em sua maioria, falando bem da experiencia da campus? Muita gente reclamou de muita coisa, mas, pelo menos na minha timeline das redes sociais, vi vários elogios e promessas de retorno ao evento do ano seguinte. E o fim do evento é uma sugestão tão boa e gloriosa, que uma tal de NASA disponibilizou um hangar gigantesco para o evento acontecer pela primeira vez nos EUA. São 10mil pessoas que durante seis dias vão participar de um evento "sem serventia nenhuma" em mais de 1000 horas de palestras e worshops "inúteis" em 17 áreas temáticas "irrelevantes". Um evento de pura "futilidade" que já teve edições na Espanha, Colômbia, México e Brasil.

Local cedido pela NASA onde acontecerá a Campus Party americana

"O Brasil precisa, antes de tudo, investir em banda larga. É o essencial para a inclusão digital. A internet é, sim, um veículo de massa hoje em dia e precisaria ser considerada um bem básico, com altos investimentos do poder público e fiscalização das empresas que oferecem o serviço."

Lindo! Finalmente foi dito algo bonito. Sim, o Brasil precisa investir em banda larga e promover a Inclusão Digital. A Campus Party fez sua parte, ajudando mais de 5mil pessoas que nunca usaram um computador ou a internet, tocarem nesse universo pela primeira vez. De idosos de 80 anos que relembraram coisas do seu passado em imagens pesquisadas, até crianças que descobriram sozinhas coisas que a escola não ensina. Isso realmente aconteceu, e eu presenciei isso, junto com colegas que trabalharam na área de inclusão ajudando pessoas esse ano.

Pessoas tem acesso a computadores pela primeira vez na Campus Party


Conclusão

Esse artigo teve como objetivo básico a função de mostrar, à partir de um exemplo típico, o quão infundadas são algumas das críticas ao evento. Tenho de concordar, no entanto, que existiram sim inúmeras falhas que não se resumem a "mimimis" insensatos. Admito que um infeliz comportamento de alguns campuseiros fez o evento aparentar - em certos momentos - ser um imenso acampamento de férias tecnológicas de adolescentes entediados. Mas reduzir a Campus dessa maneira, baseada no comportamento de alguns poucos, não representa a verdadeira essência de um acontecimento social e tecnológico único e que, não só deve se ampliar ano a ano, como se multiplicar em outros eventos similares - fomentando a sociabilização de amantes da tecnologia e a inovação que só é possível em encontros presenciais e únicos como o que aconteceu no Anhembi esse ano.

Melhores games de 2011


Estendam o tapete vermelho, tirem a roupa chique do armário, botem para tocar a música bacana da logo da 20th Century Fox, pois agora a porra ficou séria. No final do ano passado aconteceu, a vi-di-ei, ou VGA - Video Games Awards - a premiação dos melhores games do ano.

Tá bom que não é novidade para ninguém Skyrim ter levado mais caneco que a Adele no Grammy. mas o que ninguém sabe é a opinião loguinesca sobre a votação. Então, jovens padawans, não só apresentaremos os vencedores nas principais categorias com algumas pitacadas (do verbo "pitacar", o mesmo que "dar pitaco").

Como não se começa um churrasco pela picanha, vamos dar o start pelos melhores de cada console.



Na boa, tava muito easy para o Zelda levar esse prêmio. Primeiro porque a concorrência tava bem fraquinha. Tinha o Epic Mickey que é legalzinho e tal, mas ficar jogando tinta a la Mário Sunshine uma hora irrita. Os outros eram Kirby Return to Dream Land, uma releitura do jogo do SNES, e Lost in Shadow, que tem a ideia bacana de trabalhar com a sombra com um toque de puzzle, mas que enche o saco de vez em quando - e aqueles desenhos estáticos são muito anos 90.
Cá pra nós, esse Zelda ficou realmente animal. O controle de usar a espada com os movimentos do Wii Motion Plus ficaram bem realistas e dá pra fazer umas poses bem bacanas de "like a boss" com o Link. Em termos de história a criatividade comeu solta, mas não foge muito dos padrões. A crítica considera essa versão a melhor de todos os Zeldas, mas, pra mim, ainda perde para o mítico "Ocarina of Time". Quanto a diversão, compete de igual para igual com Super Smash Bros Brawn. Ou seja, a porra ficou muito séria.




Quando surge um blockbuster, as produtoras de games não deixam a poeira baixar e já lançam uma penca de games para vários consoles, o que geralmente resulta em jogos ruins, sem aproveitamento das particularidades de cada console. Depois de Batman: Dark Knight nos cinemas, a Warner Bros resolveu montar um homem morcego, digamos, mais sombrio, como é no filme. Puta sacada, pois ficou animal o climão de medo e jogabilidade de Arkham City, merecedores de melhor game do xiscaixa 360. 
Olha que, diferente do Zelda, Batman competiu com jogaços como Portal 2 (mais divertido no PC) e Gear Of War 3. Uma pena o L.A. Noir não aparecer entre os melhores, jogo inteligente e divertido, ficou de fora.


Umas das surpresas da VGA foi Uncharted 3: Drake's Deceptions. Tá bom que a franquia já tava forte no console da Sony, mas pegou muita gente de surpresa que esperava Killzone 3 como melhor votação. Sem dúvidas esse jogo tem o melhor gráfico de games até agora e por isso levou também o caneco nessa categoria. Palmas para Littlebigplanet 2, joguinho divertido que, em muito lembra Pikmin e também ficou entre os melhores.




No PC, o troféu ficou com Portal 2, um game inteligente misturando um puzzle com tiro, cara de jogos para computador. Troféu esperado, sem nenhum susto. No entanto, esse foi o grupo da morte da competição. A briga foi boa contra Batlefield 3 e Minecraft. Destaque para esse último, típico jogo indie (ganhou como melhor independente também) com gráficos toscos, totalmente pixelado, mas com boas ideias, jogabilidades e diversão infinita.


Rufem os tambores que chegou a hora do melhor melhor jogo do mundo em 2011. The Elder Scroll V: Skyrim levou a melhor o Game of the Year e não é à toa. É um RPG de console levado ao extremo. Dá pra fazer basicamente tudo e ir a todo lugar, com gráficos super awasomes e histórias contagiantes. tem livro pra ler, quests secundárias fortíssimas e muito dragão. Pois pra ganhar o melhor game do ano, é preciso matar um dragão por dia.

Confira aqui a lista completa da premiação. 

PS: Tristeza desse que vos escreve pelo esquecimento da série Assassin's Creed. Sem mais.

Enfoque HQ: Daytripper - uma crônica sobre a vida e a morte

Eu estava aguardando para a estréia de um post sobre HQs ser simultânea a muitas outras renovações do nosso querido Comando Login. Mas uma compra de impulso em uma pequena banca de jornal da minha cidade me fez mudar de ideia.  E o início não poderia ser mais triunfal do que com esse espetacular exemplo de quadrinho nacional, condecorado com prêmios internacionais (inclusive o Eisner, o Oscar dos quadrinhos) e considerado um dos - se não o mais - bem recebido HQ nacional no exterior. 

E foi assim que incrivelmente pífios 25 reais gastos me trouxeram de encontro a essa obra prima. Esse é o preço que se paga pela versão mais barata - e ainda assim muito boa - da obra. Mas se você é realmente fã, é capaz de encontrar a versão em capa dura por uns 60 reais.

Mas antes de falar do conteúdo dessa obra e buscando entender porque ela ficou tão famosa, acho que cabe uma pequena consideração sobre os autores Fábio Moon e Gabriel Bá.

Os Autores

Os irmãos Fábio e Gabriel, são irmãos gêmeos nascidos em São Paulo, cidade onde moram ainda hoje. Muito antes de ganharem o mundo e terem suas histórias lidas no Brasil, EUA, França, Espanha, Grécia, Alemanha, Japão e Itália, os dois começaram um pequeno projeto em 1997 de uma revista de produção independente de estilo underground chamada 10 pãezinhos. A revista chegou a 40 edições, gerando 5 livros: "O Girassol e a Lua (2000, Via Lettera), "Meu Coração, Não Sei Por Quê." (2001, Via Lettera), "CRÍTICA" (2004, Devir), "Mesa para Dois" (2006, Devir) e "FANZINE" (2007, Devir).

Depois desse primeiro sucesso que inaugurou os irmãos no cenário de quadrinhos, eles ainda lançaram 3 revistas independentes em parceria com outros quadrinistas, como a "ROCK'N'ROLL"(2004), "Um dia, Uma noite" (2006) e "5" (2007). Nesse mesmo ano também lançaram uma adaptação de O Alienista, de Machado de Assis, sendo premiados com o Prêmio Jabuti na categoria de "Melhor livro didático, ou paradidático na categoria ensino fundamental ou médio".

Mas foi em 2010 que surgiu o projeto mais ambicioso e premiado dos gêmeos. Surgia o Daytripper, uma minissérie em 10 edições desenhada e escrita por eles, e colorida por Dave Stewart.

Brás de Oliva Domingues, o obituarista

A história de Brás não parece ser mais peculiar do que a de uma pessoa comum. Um paulistano que começa os dias com a leitura do jornal diário, pula para um belo café preto, forte e sem açúcar e vai diretamente para a redação do jornal onde trabalha como obituarista - enquanto não realiza o sonho de se tornar um escritor consagrado, assim como seu pai. Entre uma nota de falecimento e outra, sutis questionamentos sobre o contemplar da vida e de dias importantes e únicos da existência se misturam em um ciclo sobre a irônica morte daquele que trabalha escrevendo sobre ela. E eis o enredo peculiar e inovador dessa obra: narrar as várias mortes de Brás, como se cada dia de sua vida fosse o último.

A história, portanto, segue de maneira não linear, tendo cada capítulo intitulado com a idade do protagonista. Assim, somos transportados para vários momentos da vida de Brás, passando da infância nostálgica na fazenda dos avós aos 11 anos, ou do dia do nascimento de seu primeiro filho aos 41, até a contemplação de sua vida consolidada aos 76. Em cada um dos dez capítulos da saga, os autores conseguem levar ao leitor, de maneira natural, os sentimentos mais típicos de cada fase da existência, cada dúvida, amor, medo e angústia. No fim das contas, todo esse passeio pelo constante sentimento iminente da morte, acaba por deixar ao leitor um sutil recado sobre a robustez da vida em cada um dos seus momentos mais singulares. Da primeira paixão arrebatadora ao amor sincero e derradeiro, o livro explora essa fragilidade da existência de maneira única - encontrada em poucas obras da literatura, e sob a rara coragem de matar o protagonista diversas vezes durante a história.

Mas além de um formato inovador e uma história com profundidade ímpar e ao mesmo tempo sutil, Daytripper também é uma peça de qualidade gráfica indiscutível. Um jogo de imagens vivas que surgem entre detalhados e complexos planos abertos e quadros focados em um sorriso ou olhar singular. Cria-se assim uma história onde os momentos silenciosos criam tanto sentido quanto aqueles dialogados. E, finalmente, para concluir essa análise, uso as próprias palavras dos autores, descritas nas últimas páginas da obra como posfácio.

"Com o pé calcado na realidade, o mais difícil não seria criar algo que PARECESSE real. Não, o mais difícil foi criar um mundo que você SENTISSE ser real. (...) Queríamos aquela sensação de que a vida está acontecendo aqui, bem à nossa frente, e a estamos vivendo. E como vivemos. E as vezes morremos para dizer que vivemos."   
Fábio Moon, novembro de 2010.  



Assassin's Creed 3 em outubro

Para o mundo que eu quero descer. Rolou um histeria coletiva agora dos fãs de Assassin's Creed. Isso porque a Ubisoft acabou ( se você está lendo esse post atrasado, desconsidere essa ultima parte) de anunciar FOR REAL, ou seja, oficialmente, a continuação da série ainda esse ano. FODA!!!

- Eba, tem vídeo?
- Não.
- Tem imagem do jogo? 
- Não. 

Na verdade, a Ubsoft só anunciou a data de lançamento de ACIII: 30 de outubro. Ainda soltou o óbvio que nem Ezio, Altair ou Desmond serão. protagonistas do jogo. Algo que já tava na cara, uma vez que o fim de Revelations é também o fim da saga desses personagens. De resto, só especulações e nada definido. 
No entanto, a Ubsoft tem um plano de dominar o mundo através da morte de templários e plantou uma sementinha do mal nos fãs. Gambouz Mohamed, diretor de arte e porta-voz da empresa, anunciou que o jogo pode rolar pela América Latina, no contexto das grandes navegações. 
Imagina que foda jogar um AC em Cuzco, por exemplo. 
Para quem está com medinho de a continuação ficar com aquela cara de Brotherhood (eu achei broxante o jogo) devido ao lançamento logo ali em outubro, a Ubsoft já falou que está há 3 anos produzindo o game, que será o maior investimento da empresa. De arrepiar!
Mais sementinha do mal que isso, só a imagem não oficial abaixo, que pipocou na net


O ACIII passará mesmo na revolução francesa? será a guilhotina uma arma no próximo jogo? Tirem suas fichas da maleta que o período de especulações está oficialmente aberto. 
Para quem ainda não terminou o Revelations, ainda tem tempo até outubro, mas o tempo tá correndo. 

Prepare o bolso para a Steam


Quem é nerd/geek mesmo, daqueles que ficam com dor no olho e nas costas de ficar na frente do PC, de ter códigos de 0 e 1 rolando nas veias no lugar de sangue, sabe que é branco como um fantasma, pois não sai de casa. Certo?

A Valve sabe muito bem disso e resolveu criar uma espécie de supermercado virtual de games que exclui a necessidade de ir ao mais perto de você. É o tão comentado Steam, uma espécie de comunidade virtual, na qual os "sócios" podem discutir sobre determinado jogo e - mais interessante - comprar um game a um preço, digamos, mais modesto que o normal. Apesar de já ter deixado a mamadeira - a Steam Community nasceu em 2007 - só agora é que ganhou fama. 


Acontece que, para lutar contra a pirataria, a Valve jogou os preços de seus jogos, sobretudo os antigos, lá pra baixo, prontos para download. A explicação é simples, sem ter que produzir fisicamente os jogos - isso é, produzir em dvd, com caixinha e capinha tudo bonitinho - e transportar, a empresa ganha em menos mão-de-obra e matéria prima, resultando no bungee jump dos preços. 

Tá bom que os 50 dólares dos lançamentos ainda são bem salgados, mas as promoções do dia compensam muito. Ainda mais para nós brasileiros. A taxa de impostos para produtos importados pode chegar a 50% do preço do game e a compra na Steam não é considerada importação. Ou seja, você paga o mesmo preço que a gringada, só que em reais. 

Promoções

Chega de ladainha e vamos falar de coisa boa: você já tem uma TecPix? as melhores promoções da Steam. Já rolaram muitas: (clique na imagem para ver) 


 Todo dia tem uma coisa bacana. Nos feriados também costumam aparecer uma boas promoções e o Valentine's Day (dia dos namorados nos EUA) está chegado. #ficadica. Pra galera que tem mais grana, compensa um pack de games, que geralmente englobam uma série inteira, e sai bem mais em conta. Para quem não tem grana, calma que rola muita coisa de graça.


- Han? De grátis? No 0800? Na faixa, memo? Famoso Vascão?

Isso mesmo, dos jogos mais elaborados, há alguns demos livres e promoções relâmpago.  Mas tem uma série enorme de jogos menores, divertidíssimos. 

Você pode acessar a Steam baixando o programa ou pelo site oficial. O legal do programa é que ele avisa as promoções e traz vídeos bem maneiros sobre os jogos. 

Jogos da Steam 


Team Fortress 2 - Esse entra na lista dos de graça, vale a pena


Assassin's Creed Revelations - Merece melhor série do ano


Caloviduti: MW3 - O melhor da série


Game of Thrones: Genesis - pra turma da estratégia

Que a força esteja em Skyrim


Já diria a teoria de Joey Tribbiane (aquele de Friends): junte duas coisas boas e você terá uma melhor ainda. Seguindo essa receita, o pessoal de The Elder Scrolls resolveu unir duas das histórias mais super awesome dos últimos tempos: Skyrim e Star Wars.

Eis que um gamer descobriu uma forma de usar light sabers (sabres de luz soa feio) - dignos de Jedis e Siths - como armas em Skyrim. O mais bacana é que isso não é um bug ou um cheat do jogo, mas pensado pelos próprios produtores, basta recolher certos itens e montar na forja mais perto de você.

O vídeo abaixo mostra os passos para equipar uma dessas belezinhas, de várias cores. Contudo, é necessário pegar alguns materiais que o autor não fala onde ficam. Mas já vale a pena saber que é possível fazer light sabers no jogo. Que a força esteja com você!


Campus Party - Dia 1: O martírio


Segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012 – 1º dia de Campus Party.
Continuando nosso diário da Campus Party 5, vamos ao dia mais caótico e cansativo de todos: o ínico!
Pra quem é voluntário como eu, ou campuseiro como todos, esse foi um período de muita espera, sol, confusões, stress e filas – principalmente filas. Não foi nada excepcionalmente estressante a ponto da experiência deixar de ser exatamente divertida, mas ainda assim os menos pacientes precisaram de muita força de vontade.
O dia começou com megafones convocando para o treinamento pré-entrada dos campuseiros. No fim das contas com o papel de dinamizador você tem que ajudar o pessoal a ser conduzido nas filas, ajudando todos a manterem a calma e a organização. O sol não estava ajudando ninguém, mas as filas, na medida do possível, iam diminuindo após a abertura dos portões às 12h.

Depois disso, mais filas. Desde cadastramento de equipamento até na área de camping, onde a fila ficou maior e mais tumultuada. Ajudei a cadastrar os computadores e, depois disso, ainda ajudei a tomar conta da área onde vão rolar os campeonatos de games…
Depois disso, eis o grande problema encontrado até agora na Campus Party: encontrar um lugar para entrar na internet. Sim, parece irônico ( e não postei ontem justamente por esse motivo) mas conseguir um cabo que esteja funcionando em um local ainda não ocupado é bem complicado nas horas de pico. Espero que isso melhore o quanto antes.
Ok, eu sei, ainda é um post meio vazio de conteúdo, afinal a abertura (que rolou meia noite, como planejado) apenas apresentou o show da banda Game Boys, que ouvi de dentro da minha barraca, posicionada exatamente – e infelizmente – na primeira fileira de barracas atrás do palco. Mas ainda assim nada a reclamar quanto a isso, dormi na medida do possível e impossível.
Depois, eis-me aqui, no turno da madrugada, tomando conta da área de games novamente, das 4h às 8h da manhã. Hoje vão ter várias atrações e palestras. Confira Abaixo:
Programação de Terça Feira – 7 de Fevereiro
  • 10h – Palestra – Criação de games mobile: Engine, Ilustração, Vikings e Zumbi
  • 14h30 – Palestra – Transmídia em Jogos: o desafio do game design
  • 16h – Palestra – Crescimento dos Cursos de Desenvolvimento de Jogos no Brasil
  • 20h15 – Palestra – A revolução das GPUs
  • 21h30 – Campeonato – PES2012 (Palco) e League of Legends (Arena PC)
Sobre o Autor
Jornalista, 20 anos e gamemaníaco confesso. Gosta de ser o primeiro a saber quando o assunto é tecnologia e sonha escrever a história de um jogo qualquer dia desses. Está no quarto ano de jornalismo na Unesp e também escreve para o Gameshow.com.br

Campus Party - Dia 0: A Preparação


Dia 5 de fevereiro de 2012,  o dia zero da Campus Party. Hoje um post bem rápido diretamente de uma das barracas do evento com uma wi-fi clandestina que consegui captar. Mas afinal, o que falar da preparação do maior evento de tecnologia da América Latina?

Estou na área de Entretenimento Digital,trabalhando de voluntário e hoje foram só instruções de como ajudar nesse evento grandioso. Provavelmente trabalharei ajudando as dezenas de palestras que vão rolar e, de quebra, auxiliar nos campeonatos de games como PES 2012, Mortal Kombat 9 e Forza 4... Mas por enquanto é só muita conversa e planejamento.  O mais interessante, no entanto, é ver uma Campus Party que ninguém conhece: vazia.
Abaixo algumas fotos desoladoras disso...

Em breve, 20GBps e muitas pessoas desfrutando dessa área...

Cinco mil barracas vazias esperando um campuseiro pra chamar de seu...

Bônus

Depois de um dia de conversas e preparações, eis que apareço de penetra com os colegas Devie Pazos e Alexandre Ottoni, do JovemNerd.



 


 Campus Party Ao Vivo: http://live.campus-party.org/