Segundo o G1 temos dezenas de milhões potenciais genocidas entre nós, E você pode ser um deles.



Um jovem renascentista vê sua família sendo morta e decide se vingar se unindo a uma ordem secreta de assassinos. Um descendente de índio vê sua aldeia ser dizimada no período colonial dos Estados Unidos e se une a mesma ordem para dar o troco. De maneira simplória aqui está o enredo que poderia ser de um filme, um livro, uma história em quadrinhos, mas é de um jogo. Um jogo, Assassin's Creed, que por acaso foi um dos mais vendidos no mundo.

Enquanto isso, no Brasil, uma tragédia ainda em mistério. Um garoto de 13 anos mata seus pais, avó e tia e em seguida se suicida. Até a publicação deste texto não se sabe o motivo, um culpado, um porque desta tragédia. Mas para parte da mídia, precisamos de culpados, e nos deparamos com isso:


E mais uma vez, vemos como culpado um jogo eletrônico. Não é a primeira vez que isso acontece. No massacre no Realengo, tivemos uma pérola da Record. No recente massacre de um jovem atirador na Noruega, passamos por algo parecido (e escrevi sobre isso na época). E é assim todo caso como esse. O culpado dos massacres não é o próprio executor do ato, ou as condições socioculturais e psicológicas em contexto com aquele acontecimento. O culpado é um produto cultural, consumido por milhões de pessoas. Não adiantam estudos contradizerem o fato. Insistem em uma associação completamente infundada. Associar a imagem de perfil do facebook de um jogo que milhões de pessoas jogam e ligar isso a um genocídio é considerar que todas essas pessoas estão potencialmente influenciadas a cometer estes atos.

É sensacionalismo barato, infundado, impreciso. Não é jornalismo, caro G1. É o mesmo que pegar o seguinte trecho:

O garoto pegou o carro e foi dirigindo para a escola

CONCLUSÃO: Dirigir e estudar pode te fazer um assassino.

E porque não uma manchete: "Suspeito de matar pais assistia novela nas 6" ou "Suspeito de matar pais lia Monteiro Lobato"

Cuidado, você pode ser um genocida, segundo o G1.