Quer dizer que o Apocalipse tá chegando e você aí, já trancado em
seu bunker, com um estoque gigantesco de feijão, couve e Coca
quente, com mais nada pra fazer além de ficar entediado até o dia
21? Não se desespere! Nada como um bom filme para se divertir, não
é mesmo? E quer passatempo melhor do que espantar o tédio da espera
pelo Apocalipse assistindo filmes SOBRE o Apocalipse? OK, tem muita
coisa melhor do que ficar vendo filme sobre o Apocalipse, mas se você
já tá escondido em um bunker podemos descartar todas aquelas
atividades que envolvam uma mulher ou qualquer outra forma de contato
humano para serem realizadas. E é pensando nisso que eu dei um
calote no dono do bar vim aqui para dar algumas boas dicas sobre bons
filmes sobre o Apocalipse; quer dizer, bom é um pouco extremo né? Já
que filmes sobre o Apocalipse já tem aquela taxa de “ruim”
carimbados desde o momento de sua produção – e é por isso que eu
ADORO eles. Então, algumas dicas dos melhores entre os
piores filmes sobre o Apocalipse que você pode encontrar por aí.
Exterminador do Futuro: A Salvação
Primeiro
vieram os humanos. Eles eram preguiçosos. E bêbados. Então,
resolveram criar um monte de máquinas pra trabalhar por eles
enquanto passavam o dia num pub. Até que um dia essas máquinas
perceberam que eram mais fortes, inteligentes e que já não
precisavam mais que um mecânico bêbado trocasse o óleo delas. E aí
fodeu tudo.
Exterminador
do Futuro: A Salvação é o
quarto filme da franquia O Exterminador do Futuro, que
se iniciou em 1984. Depois de quase 20 anos de blablabla, finalmente
somos jogados num mundo dominado pelas máquinas e onde os humanos
não valem pra muita coisa além de alvo pra estande de tiro, mas
eles são alvos móveis e que estão acostumados a reclamar do
governo, e, pra variar, estão montando uma rebelião para derrubar
as máquinas – ainda que delas seja o governo com menos burocracia
que se possa imaginar. O líder dessa rebelião é John Connor
(interpretado por Christian Bale e, não, não há nenhum parentesco
com o personagem de Assassin's Creed 3) e que, junto de seu melhor
amigo e que também é seu pai. Porra Marty McFly! Você tinha que
criar moda né? e uma cientista gatinha coordenam as ações da
rebelião que tem por objetivo destruir a Skynet e desligar as
máquinas. E isso é o pretexto para duas horas ininterruptas de
tiros, explosões e diálogos clichês que, apesar de não ser nada
inovador – mesmo dentro da própria série – ainda diverte e
oferece um bom pretexto pra comer pipoca.
2012
Quer
nome mais clicê pra um filme sobre o Apocalipse? Pois clichê é o
que melhor define 2012. O plot do filme: os Maias estavam certos, o
mundo tá OK, até que chega o dia 21 de dezembro de 2012 e, de
repente, tudo começa a ir abaixo – menos os mares, que sobem. E é
essa a desculpa dada pelo diretor para gastar quase 70% de seu
orçamento em efeitos especiais, ao invés de contratar um roteirista
decente ou dar um calote no produtor e passar o resto da vida nas
Bahamas. Apesar de tudo – e do John Cusack, principalmente
do John Cusack – o filme é
bem divertido, boa parte dessa diversão pelo fato de agrupar em
coisa de duas horas de exibição todo e qualquer desastre natural
que se possa imaginar possível? Terremoto? Vulcão em erupção?
Tsunami? Tornados? Termas explodindo? Tudo isso pode ser visto aqui.
Então pegue sua pipoca e se prepare para não vomitar com a
atuação do John Cusack – aliás, já falei como ele está
horrível nesse filme? algumas horas de diversão garantida.
A Noite dos Mortos Vivos
Um filme pra quem quer se sentir inteligente. Eu sei que parece algo
absurdo quando você fala de um filme que é sobre um apocalipse
zumbi, mas é a verdade; A Noite dos Mortos Vivos é um filme
cult. Primeiro, porque te tudo o que um filme cult precisa ter: é
uma produção independente em preto e branco com atores ruins. Mas
não apenas isso; A Noite dos Mortos Vivos não é apenas um
filme sobre zumbis. É O filme sobre zumbis. Ainda que a temática
zumbi não fosse novidade em 1968, George Romero (o gênio sentado na
cadeira de diretor) é o primeiro cara a pensar na possibilidade de
um apocalipse zumbi. Sim, o PRIMEIRO! Então, se você gosta de
Resident Evil e The Walking Dead, A Noite dos Mortos Vivos é
simplesmente obrigatório, já que nenhuma dessas coisas existiria
sem a influência desse filme. Que é tosco. Com uma história tosca.
E atuações toscas. Mas, e daí? É um filme de zumbi, o que mais
podemos esperar, não é mesmo? Como a produção foi feita com quase
nenhuma grana, o filme todo se passa numa fazenda, onde sete pessoas
tentam sobreviver a uma infestação de zumbis. Além disso, o filme
ainda tece muitas críticas à sociedade americana da época, à cultura estadunidense do final da década de 1960 e à Guerra do
Vietnã, o que o torna um filme extremamente ruim com crítica
social. Sério, alguém ainda duvida que esse seja um filme cult?
Recomendado para os párias sociais que gostam de pagar de
intelectual.
Independence Day
A Verdade Está Lá Fora. The Truth Is Out There. Die Wahrheit Ist Da
Draussen. Se você é fã de Arquivo X, sabe que, uma hora ou outra,
os homenzinhos verdes vão acabar descendo aqui na terra pra fazer
contato; normalmente em Varginha, pedindo pra que a gente busque
conhecimento. Mas também pode acontecer que eles cheguem aqui e
resolvam destruir tudo, só por esporte; afinal, um apocalipse alien
não é algo que devemos descartar por completo. E nesse contexto,
Independence Day ainda é o filme mais divertido do gênero.
Primeiro, porque não é pretensioso: ele não perde tempo tentando
explicar o porque os Aliens vieram para a Terra, porque começaram a
atirar em nós e porque resolveram começar a destruição pelos EUA.
De qualquer jeito, não há porques; os aliens chegaram, atiraram e
começaram a fuder tudo. Então, o filme inteiro se passa com aquilo
que nós mais gostamos quando vamos ver um filme: tiros, explosões,
comandantes de meia-idade desesperados gritando comandos sem sentido
e o Will Smith fazendo piadas ruins. E ainda que o comandante de
meia-idade não convença tanto na ordens sem sentido (em alguns
momentos elas até parecem fazer sentido), Will Smith, como sempre,
não decepciona nas piadas ruins, o que faz desse filme algo
obrigatório. Além, é lógico dos tiros. E mísseis. E lasers. E
vacas.
Padre
Porque esse filme tá aqui? Primeiro: é o único exemplo que eu me
lembro de um apocalipse vampiro. Segundo: é ruim. Terceiro: tem
porrada. Precisa de mais coisa? Padre é um filme único: uma
adaptação de um quadrinho coreano clichê, que esqueceu totalmente
os quadrinhos e criou uma história totalmente nova e clichê que,
incrivelmente, conseguiu ser mais original que a original. Ao
invés de caçar o diabo, o Padre do filme caça vampiros. Mas
não são vampiros desses que brilham no escuro ou que morrem com uma
estaca no coração; são criaturas extremamente fortes e rápidas
que mais parecem ter saído de algum jogo da série Parasite Eve (e
que são muito inspiradas nos vampiros do livro A Passagem).
No filme, o personagem Padre (que original hein!) deve ir contra as
ordens da Igreja (eu sempre me espanto em como esse filme consegue se
superar), entrar na vila dos vampiros, matar todo mundo e resgatar
sua sobrinha o que deve ser menos complicado do que ganhar o torneio
de Wimbledon. E então rola muitas porradas, tiros, explosões,
perseguições...basicamente, aquilo que se pode esperar de qualquer
filme ruim de ação. Mas é um apocalipse vampiro, e só por isso já
vale ser assistido.
Mas...
...você acha que essa história de apocalipse é tudo muito sério
e o que você quer mesmo é dar algumas risadas? Puta que pariu, que
saco! Já te indiquei cinco filmes e você ainda não tá satisfeito!
Não é à toa que ainda tá solteiro. Não tem problema! O que não
falta são boas comédias sobre o Apocalipse. Confira comigo no
replay!
Cockneys vs Zombies
Um dos melhores filmes para se ter uma boa ideia do absurdo que pode
ser um apocalipse zumbi. Um grupo de ladrões sem talento nenhum
assalta um banco para impedir que o asilo em que o avô deles mora
seja demolido. Enquanto isso, uma construtora abre uma antiga tumba
da época do Rei Arthur, liberando um zumbi adormecido que começa a
infectar todo mundo. Quando o grupo termina o roubo, ao invés de
cercado pela polícia, descobre que está mesmo é cercado por
zumbis, e agora precisam correr para o asilo salvar os bons velhinhos
de lá! Sim, o filme é um absurdo – absurdamente engraçado! Os
personagens são tão incapazes e as situações tão absurdas –
até mesmo se levarmos em conta que está acontecendo um apocalipse
zumbi – que é difícil ficar mais de cinco minutos sem rir de
algo. E se você, assim como eu, sempre se perguntou “quem venceria
uma corrida? Um velhinho de 80 anos com um andador ou um zumbi?”,
assista o filme e terá essa dúvida saciada de uma vez por todas. Ou
não.
Marte Ataca!
O melhor filme do Tim Burton, fácil fácil. Esse filme da época que
o Burton ainda fazia coisas que prestavam de 1996 se aproveita da
onda alien causada por Independence Day e nos dá uma mostra
do que poderia ser um verdadeiro apocalipse alienígena. A história é a
mesma do filme mais “sério”: era apenas mais um dia comum na
Terra, até os aliens aparecerem e começarem a atirar em todo mundo.
E Marte Ataca! tem tudo que um bom filme do gênero de
paródias precisa: piadas ruins e clichês em cima de clichês com
piadas ruins e uma cereja no topo pra enfeitar. Desde o presidente
americano burro, a gostosona sem cérebro e as crianças que salvam a
Casa Branca porque jogavam videogame o dia inteiro e isso fazia delas
experts no uso de armas alienígenas, o filme é uma fonte certa de
boas risada. Simplesmente obrigatório.
Menção Honrosa: Waterworld – O Segredo das Águas
As
calotas polares derreteram, o nível dos oceanos subiram, papel vale
mais do que ouro e a existência de ilhas não passa de lenda urbana.
Isso tudo, além do Kevin Costner com guelras no lugar das orelhas - PRINCIPALMENTE o Kevin Costner com guelras no lugar das orelhas - , fazem desse filme umas das piores produções da história. De longe.
Então, é lógico que deveria receber uma menção honrosa nessa
lista, não é mesmo? Recomendo assisti-lo depois que o mundo todo
tiver destruído e você começar a sentir saudade da humanidade;
esse filme é um bom lembrete de que ela mereceu o destino e que não
devemos sentir dó daqueles que se foram.