DmC: Devil May Cry (PC/PS3/X360) - Game de Ponta

Antes de falar qualquer coisa sobre DmC é preciso abordar um assunto. Isso mesmo: o cabelo. Não é branco. Pronto, assunto tratado, vamos para a parte importante.

É engraçado falar sobre Devil May Cry porque a franquia já é uma daquelas que quase todo mundo conhece e já jogou, e essa fama acabou colocando um peso muito grande sobre a Ninja Theory: uma desenvolvedora ocidental fazendo um reboot de um jogo oriental. E eles não poderiam ter feito isso de maneira melhor: DmC continua tendo toda a ação ridícula dos seus antepassados, mas com um gameplay muito mais rápido e intuitivo.


A História
A história de DmC é uma grande teoria de conspiração, os demônios controlam o mundo através de propagandas, programas de TV e refrigerantes adulterados. É, isso mesmo, refrigerantes. O objetivo de Dante é sabotar esses meios e matar Mundus, o chefe de toda essa manipulação. Outros personagens importantes aqui são Kat e Vergil (o irmão de Dante), os dois são basicamente o cérebro da operação, enquanto Dante é o músculo que se encarrega de cortar tudo em pedaços. Outro ponto chave é o passado de Dante, mas não vou dar muitos detalhes aqui para não dar spoilers.


O Gameplay 


Assim como seus antecessores a ideia é matar seus inimigos com estilo, ou seja, usando todos os combos que seu pobre cérebro conseguir memorizar sem parar por um segundo. A novidade é poder mudar entre as duas "metades" de Dante, um modo Angelical com ataques rápidos e em área e um modo demoníaco com golpes fortes mas lentos, tudo isso ao alcance de um botão. Enquanto as mudanças deixam o combate mais fluído do que os títulos passados da série, elas também deixam o jogo muito mais fácil, o que pode afastar alguns fãs que gostavam de trabalhar duro para conseguir um Rank SSS durante o combate. Um dos maiores trunfos de DmC é a forma como, aos poucos, ele dá novos brinquedos ao jogador, sempre com um inimigo novo que complica e obriga Dante a mudar sua forma de combate.

O jogo mudou muito fora do combate também. Espere muitos trechos de plataforma: você vai correr, se balançar, puxar o cenário e voar por boa parte do jogo, mas não espere por muitos puzzles; eles quase não existem e, quando aparecem, acabam quebrando o ritmo do jogo.

Uma das minhas maiores surpresas com DmC foi Limbo, a versão demoníaca do mundo, onde a maior parte da ação acontece. O cenário se contorce e se destrói, enquanto palavras surgem pelas paredes e Dante avança por fábricas, parques de diversão e cidades controladas por demônios. A criatividade que a Ninja Theory colocou em cada uma dessas fases é impressionante, não tem como não parar por um segundo e observar o mundo caótico a sua volta.

Sim ou Não?

DmC é um jogo sensacional, poucos beat'em'ups dão um sentimento de satisfação tão grande; cortar, socar e atirar em demônios nunca fica chato, e as seções de exploração do Limbo entre as lutas são tão fantásticas quanto o combate. No geral, o jogo é uma ótima porta de entrada para a franquia de DmC, mas ele pode desapontar alguns amantes da dificuldade do original. Vale lembrar também que a versão de console roda a 30fps, nada que seja muito perceptível, mas a versão de PC (que roda em 60 frames) é claramente superior. Em poucas palavras? Sim.

Você é fã e não quer se desapontar? Finja que o nome de Dante é Epaminondas e que DmC significa "Demônios Mágicos Cascudos" e você vai ter umas boas 8 horas de diversão.