Plataforma: Mega
Drive, Super Nintendo, Game Gear, Game Boy e Amiga
Desenvolvedoras:
Delphine Software International
(Mega Drive e SNES), Tiertex (Game Gear), Unexpected Development
(Game Boy) e The Dome (Amiga)
Ano: 1994
O início da década de 90 foi um período em que podíamos esperar por
qualquer coisa. Garotas fazendo danças sensuais embaixo do chuveiro
com um top branco e microssaia enquanto Zezé de Camargo &
Luciano tocavam o seu mais recente sucesso? Check.
Kreator tocando sem playback
na TV aberta às três da tarde? Check.
A
maior estrela do rock mundial se matar com um tiro de escopeta porque
não sabia se divertir? Check.
Descobrir
que o maior craque em atividade do futebol era, na verdade, um
aspirador de pó? Check.
Mas
algumas coisas conseguiam ultrapassar até mesmo as barreiras de
bizarrice – muito elevadas, diga-se de passagem – da época. E
uma dessas coisas, sem dúvida nenhuma, foi Shaq-Fu.
Shaq
quem?

Habemus
Shaq-fu!

MAS,
POR QUE???!!!!
Antes que vocês me perguntem “cara, quem foi o gênio que teve a
ideia brilhante de colocar jogadores de basquete lutando kung-fu?”,
irei lhes responder logo que o cara foi o Bruce Lee. Uns 20 anos
antes. Em 1972, Bruce Lee já havia filmado algumas cenas de Jogo
da Morte, um filme que foi lançado postumamente apenas em 1978,
pensado por Lee para mostrar todas as vantagens da arte marcial que
ele havia criado, o Jeet Kune Do. E, entre os tantos atores
que o mestre chinês chamou para seu filme, estava Kareem
Abdul-Jabbar, um de seus discípulos de Jeet Kune Do que, por
coincidência, também era uma estrela da NBA e se tornou o maior
cestinha da história da liga (chegando à por enquanto imbatível
marca de 38.387 pontos. Para se ter uma ideia, o único jogador ainda
em atividade que está nessa lista é Kobe Bryant, que é o quarto
maior pontuador, com 31.434 pontos e 34 anos). Ou seja, como já
podíamos esperar, esse é mais um trashback que copiou um
monte de coisa tosca pra lançar um produto ainda pior que os
originais.
Finalmente,
a história
Shaq-Fu
não é apenas sobre Shaquille
O'Neal lutando kung-fu, mas sobre Shaquille O'Neal lutando kung-fu
para salvar o mundo! A história se passa em Tóquio – lógico,
porque Tóquio é o lugar onde estão as coisas toscas que todo mundo
gosta, tipo o Godzilla
e o japonês de cabelo pixaim que atende pelo nome de Jaspion,
ou mesmo o Jiban,
aquele Robocop com
senso de humor. E também porque se fizessem o jogo em Orlando a Disney provavelmente iria querer uma parte do orçamento – onde Shaq está concentrado para um jogo que irá levantar fundos para a caridade. E então, passeando um pouco pela cidade, ele acaba entrando numa casinha super estranha que na verdade é um dojo de kung-fu – agora, o porquê de um astro da NBA em visita à Tóquio, com tantos lugares turísticos para se ir, resolve entrar num pequeno dojo caindo aos pedaços numa rua deserta? Não me pergunte. Mas o fato é que ele entra e, não só dá trela pra um velho que fala que ele é o escolhido, como ainda o convida para entrar num portal que leva a outro mundo e resgatar o menino Nezu. E SHAQ ACEITA! Claro, por que não aceitar né? Não como se ele tivesse um All-Star games pra jogar e tudo o mais. Mas, quem é Nezu? Ora, pra que saber disso? Um menino está em perigo, e não temos laranjas! SHAQ PARA O RESGATE!!!!!
senso de humor. E também porque se fizessem o jogo em Orlando a Disney provavelmente iria querer uma parte do orçamento – onde Shaq está concentrado para um jogo que irá levantar fundos para a caridade. E então, passeando um pouco pela cidade, ele acaba entrando numa casinha super estranha que na verdade é um dojo de kung-fu – agora, o porquê de um astro da NBA em visita à Tóquio, com tantos lugares turísticos para se ir, resolve entrar num pequeno dojo caindo aos pedaços numa rua deserta? Não me pergunte. Mas o fato é que ele entra e, não só dá trela pra um velho que fala que ele é o escolhido, como ainda o convida para entrar num portal que leva a outro mundo e resgatar o menino Nezu. E SHAQ ACEITA! Claro, por que não aceitar né? Não como se ele tivesse um All-Star games pra jogar e tudo o mais. Mas, quem é Nezu? Ora, pra que saber disso? Um menino está em perigo, e não temos laranjas! SHAQ PARA O RESGATE!!!!!
Gameplay
Qualquer
semelhança com Mortal Kombat
é pura cópia mesmo. Como podem perceber, não só a história da
estrela do basquete que luta kung-fu, como a do portal para salvar
alguém em outra dimensão é toda retirada de outros títulos de
sucesso. Mas não podemos dizer a mesma coisa sobre o gameplay.
Bem diferente dos títulos de
sucesso da época – leia-se Street Fighter e
Mortal Kombat – o
jogo possui um esquema de lutas que mistura um pouco de cada um
desses dois jogos – a diferenciação entre golpe fraco e forte de
Mortal Kombat e o
botão específico para provocação de Street Fighter
estão presentes – mas o
esquema de luta é bem diferente de ambos. Enquanto as batalhas em si
lembram muito mais o World Heroes de
Mega Drive, mas que possui um mapa bem mais parecido com um RPG: você
controla Shaq por uma várias ilhas, e precisa visitar os lugares e
vencer todos os adversários delas para conseguir o acesso para a
próxima ilha, e onde deve-se continuar fazendo a mesma coisa até
finalizar o jogo. Vários inimigos se opõe ao herói, como um
príncipe árabe com espadas (numa clara referência à Prince
of Persia), uma mulher meio
pantera (a Cheetah da Liga da Justiça),
ou mesmo no vilão final do jogo, Sett-Ra (uma espécie de Mumm-Ra
dos Thundercats com a
armadura do Destruidor das Tartarugas Ninja),
podemos perceber que não há um pingo de originalidade nesse jogo, o
que mostra que não é porque algo é totalmente diferente de
qualquer coisa que já foi produzida que ele necessariamente precisa
ser novo.
A
influência

Shaq-fu.com
Um fansite? Desde quando um fansite é algo que vale
menção? Calma, shaqfu.com não é um fansite. Na verdade, é
o exato oposto. A missão do site é justamente convencer as pessoas
que possuem uma cópia do game a vendê-los em pontos especializados
para que essas cópias sejam DESTRUÍDAS! Entre as razões para fazer
isso, eles afirmam que essa destruição é importante para “prevenir
as próximas gerações de serem corrompidas pelo mau inerente do
jogo” e que “tirá-lo das mãos de outra pessoa sumirá com toda
a vergonha que ela possa sentir por possuí-lo [o jogo Shaq-Fu]”.
Apesar da inciativa ser tão original quanto o game – já
que a Atari já fez isso com ET – o que a torna válida,
como defensor de jogos ruins peço para que qualquer leitor que
possua uma cópia de Shaq-Fu em casa não entre em contato com
esses monstros sem nenhum bom gosto.
Shaq UFC

Sim
ou não?
Como você tem coragem de me perguntar isso?! É UM JOGO DE LUTA COM
O SHAQUILLE O'NEAL!!!!! Esse é o tipo de coisa que você
simplesmente não pode deixar de jogar.
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