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Feliciano Não Me Representa - Trending Topic


Se você estava na Terra nos últimos dias, com certeza ouviu alguma coisa sobre a duvidosa eleição do pastor Marco Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. O parlamentar que é famoso pelos comentários racistas e homofóbicos, além das sobrancelhas bem desenhadas e do cabelo cheio de gel, não foi bem aceito pelos grupos que deveria representar, as minorias. Por todo o Brasil foram organizadas passeatas e outros movimentos favoráveis à renúncia/exoneração de Feliciano.


No meio deste cenário, a galera da internet também resolveu se mobilizar. Foi assim que surgiu a campanha "Feliciano não me representa", com pessoas postando fotos e frases que envolvem o título do protesto. A proposta é que as pessoas mostrem o rosto e digam o quanto não se sentem representadas por aquele que deveria defende-los. Entretanto, em meio as fotos mais sérias, também surgiram versões bem-humoradas do protesto, e a o "Feliciano não me representa" virou um meme em questão de poucos dias. 

Há várias páginas relacionadas à campanha, tendo a primeira delas surgido no dia 10 de março. No total, essas páginas totalizam aproximadamente 34 mil curtidas. A descrição da página original diz o seguinte:
No dia 07 de março de 2013, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que é conhecido por declarações homofóbicas, racistas e contra religiões de matrizes africanas, foi eleito como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

Como resposta a essa eleição, milhares de pessoas foram às ruas no dia 09 de março de 2013 protestar em diversas cidades do Brasil. Mas as manifestações não acabaram.

Uma parcela importante da população brasileira não concorda com a manutenção do deputado na presidência da Comissão de Direitos Humanos da câmara justamente pelo posicionamento que o deputado tem em relação a diversos grupos, digamos, humanos.

Se você também não concorda, mas não sabe como se manifestar, chegou a hora!

Inspirados no projeto #eusougay, criamos uma campanha virtual que tem como objetivo fazer com que nossas vozes sejam ouvidas.

E sua participação é fundamental. Basta enviar uma foto (sozinh@ ou em grupo) segurando um cartaz onde deve estar escrito “Sou (preencher com uma característica sua) e Feliciano não me representa”.

Vamos unir nossas vozes (e fotos) e fazer com que saibam de nossa insatisfação. Vamos fazer com que saibam de nossa indignação. Vamos fazer com que saibam de nosso poder!

Como participar:
1 – Tire uma fotografia com um cartaz dizendo “Sou (preencher com uma característica sua) e Feliciano não me representa”. Você pode usar o espaço vazio e preencher com toda a sua criatividade: característica física (baix@, magr@, estrábic@, saudável), característica política (marxista, militante, petista), ocupação/situação social (estudante, professor(a), desempregad@, artista), característica emocional (idealista, carinhos@, passional), posicionamento religioso (ateu/ateia, agnóstic@, católic@, evangélic@, umbandista, assembleian@), cor/raça (negro, índia), orientação sexual (homossexual, heterossexual, bissexual, assexual, pansexual), naturalidade (capixaba, amazonense, cuiaban@, nordestina), etc etc etc.
Vamos mostrar que somos muitos, diversos, plurais. E que os direitos humanos são nossos.
2 – Envie sua foto para o email felicianonaomerepresenta@gmail.com
Inicialmente as fotos serão publicadas no facebook com a finalidade de dar visibilidade à nossa insatisfação. Esperamos que você curta, compartilhe, indique e incentive amig@s a participar da campanha também.
Se você tem uma ideia para contribuir, entre em contato pelo email felicianonaomerepresenta@gmail.com
Ergamos nossas vozes (e nossa diversidade)
Desde a criação desta página, já foram compartilhadas mais de mil fotos de pessoas que aderiram à campanha, seja mostrando a própria cara ou usando um outro personagem para tal fim. Dá só uma olhada:



A questão é: o fato de a campanha ter virado um meme tira a seriedade da mesma? Em minha humilde opinião: não, não tira. O grande problema é saber os limites entre o engraçado/cômico que vá chamar atenção para o assunto e o humor desnecessário, o que até agora tem sido feito com sucesso.
As manifestações tem sido tão efetivas que a renúncia do parlamentar é tida como muito provável (e há quem estime que ocorra ainda nesta semana).

Depois de tanto pesquisar sobre o assunto, resolvi também aderir à causa:


A galera equipe do Comando Login & amigos também aderiram:
Pedro Zambon, o Lennon.

Wagner Alves, o Shakira.
Sofia Rodrigues, leitora do Comando Login

Tainá Goulart, do The Fashion T's.




E você, acha que Marco Feliciano te representa?

Quer ter sua imagem compartilhada neste post? Envie a imagem para comandologin@gmail.com informando seu nome e se você quer linkar algum blog, twitter ou facebook.

Trending Topics - Ciberativismo



Nessa semana de Carnaval ironicamente vamos falar de coisa séria: ciberativismo, mais especificamente as petições e abaixo-assinados online. Em meio as notícias sobre os desfiles  das escolas de samba cariocas e paulista é possível encontrar diversos compartilhamentos da campanha pelo impeachment de Renan Calheiros da presidência do Senado Nacional. Frente a esta enxurrada de links, fica a dúvida: essas petições e abaixo-assinados online realmente funcionam?


O que é ciberativismo?

Ciberativismo (ou cyberativismo) é uma forma de ativismo realizado através de meios eletrônicos, como redes sociais, blogs e sites voltados especialmente a este fim. Segundo seus praticantes, o ciberativismo é uma alternativa à exposição nos meios de comunicação de massa tradicionais, vítimas do monopólio de opiniões. Também é uma forma mais livre de se expressar e tentar causar algum impacto.
Foi na década de 90, nos primórdios da internet, que surgiram os primeiros vestígios do ciberativismo. Entre  1995 e 1998, a revista americana "Z Magazine" ofereceu cursos online, em parceria com a Left Online University, cujo tema era "Utilizar a internet e sistemas eletrônicos para o ciberativismo."
O ciberativistas buscam apoio para suas causas (sejam elas ambientais, políticas ou sociais) através da internet e de outros meios midiáticos; através da divulgação e da promoção de debates, estabelece-se uma rede de solidariedade. Outros pontos que contam a favor do ciberativismo são o baixo custo e a eficácia com que se consegue uma resposta da comunidade virtual.


Os críticos do ciberativismo afirmam que os protestos se restringem ao ambiente virtual, caracterizando o slacktivism, conhecido no Brasil como "sofatismo" ou "ativismo preguiçoso", feito para aliviar a consciência pesada dos internautas; entretanto, não é isso que ocorre. Além da mobilização virtual, ainda é necessária a existência do ativismo real, completar à ação online. Ainda é necessário o comprometimento e conhecimento do ativista pela causa que defende e não apenas um clique qualquer.
Vários pesquisadores, como Don Tapscott e o brasileiro André Telles, já se dedicam a estudar a influência da internet e das novas gerações nas estruturas políticas e economicas. A internet vem cada vez mais se firmando como uma reprodução do mundo real, com suas próprias versões de comportamentos e ações que são muito semelhante ao que ocorre fora do mundo virtual, como, por exemplo, os abaixo-assinados na web.

Saem o papel e a caneta, entram o teclado e telinha

Desde 2007 surgiram vários sites especializados em abaixo-assinados online, sendo o principal deles a Avaaz.org, atualmente disponível em português. Avaaz, que significa "voz" ou "canção",  é uma ONG que foi lançada em 2007 com a missão de mobilizar pessoas de todo os países por um mundo mais próximo daquele que idealizamos.
A Avaaz já mobilizou milhões de pessoas no apoio a causas internacionais urgentes,  que abrangem desde pobreza global até os conflitos no Oriente Médio e mudanças climáticas. O modelo de mobilização online  utilizado permite que milhares de ações indivíduais, que podem até ser consideradas pequenas, ganhem o  poderoso apoio da coletividade. Operando em 15 línguas e contando com uma equipe profissional presente em quatro continentes e voluntários de todo o planeta, a Avaaz divulga petições, financia campanhas de anúncios, faz contato com governos, organiza protestos e eventos nas ruas. Atualmente são aproximadamente 19.252.000 membros espalhados por 194 países do globo, com 109.307.092 ações realizadas desde sua fundação.


A Avaaz é a a mais conhecida das organizações voltadas ao ciberativismo, mas também há várias inciativas nacionais neste sentido, como o pioneiro Petição Pública. Até o momento de sua fundação, em 2008, não existia um site nacional que disponibilizasse um serviço público para o alojamento de abaixo-assinados (também conhecidos como petições públicas) online. O objetivo do site é "constituir um serviço público de qualidade a todos os cidadãos brasileiros", uma vez que, até então, a grande maioria dos sites de abaixo-assinados online não estavam disponíveis em português, o que dificultava sua aderência no país. 
Os abaixo-assinados são um dos mais antigos métodos de participação popular na democracia; porém ainda há dúvidas quanto a eficácia de suas versões digitais. Na opinião de diversos especialistas (desde advogados, até cientistas políticos e estudiosos de mídias digitais) as petições online podem ser uma forma de pressão política tão eficiente quanto suas semelhantes tradicionais. E, assim como nos abaixo-assinados "reais", há a chance de não fazerem diferença alguma. Porém, basta olhar a página de destaques da Avaaz para descobrir que grande parte das ações tem sim resultado. Por exemplo: aposto que a maioria das pessoas não sabia que a aprovação Lei da Ficha limpa teve um dedinho da galera da Avaaz (foram mais de 2 milhões de assinaturas!!!). E o abaixo-assinado pela cassação do mandato do Renan Calheiros que eu citei lá no começo já atingiu mais de 1,4 milhões de assinantes em menos de duas semanas, o que já anima alguns dos principais movimentos contra a corrupção.

"Então eu posso criar abaixo-assinado pra tudo que eu quiser?"

Poder, até pode. Mas se não houver coordenação e fiscalização da campanha, ela logo cairá no esquecimento do Arquivo Geral. É devido a falta de organização que muitos projetos acabam esquecidos: não há comprometimento para levar a proposta até o fim. Nesse quesito a Avaaz se destaca: quando uma “petição online” é publicada no site, ela vai até o fim. 
Outro problema associados às petições online é que nada garante que todos as pessoas que a assinaram são reais, o que pode dificultar a sua legitimação.


Agora que você já sabe que seu apoio pode ajudar na resolução de várias causas, que tal dar uma forcinha para alguma com a qual você se identifique tipo convencer o governo a pagar as contas do Comando Login? Pior do que o sofatismo é a falta de mobilização. Basta um clique.