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Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero - Game Trashback


Como a maioria dos gamers já sabe, a Midway dominou grande fatia do mercado durante toda a década de 90. A razão para tal feito tem duas palavras: Mortal Kombat. O intenso game de luta, fruto de uma tentativa de concorrer com o todo-poderoso da época, Street Fighter II, inovava ao fazer uso de digitalização de atores reais para compor seus personagens, o que lhe garantiu um estilo visual único. Também diferia de Street Fighter por não mascarar a violência no produto, indo exatamente na direção contrária, com o sangue e a brutalidade tornando-se marcas registradas do jogo.

O sucesso continuou com duas sequências diretas, de 93 e 95, que consolidaram o nome da série. Em 1997, às vésperas do lançamento da quarta edição (que viria a ser o primeiro fracasso da franquia), a Midway decidiu promover o futuro jogo com um produto paralelo. O resultado é Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero.



O que tem de bom

Lançado para PlayStation e Nintendo 64, Mythologies foi o primeiro título da série direcionado exclusivamente aos consoles, ficando fora dos arcades. Isto tem relação com a principal alteração na mecânica do game: não mais um jogo de luta tradicional, mas sim um jogo de ação em plataforma bidimensional, ao estilo de Prince of Persia e tantos outros, embora continue visualmente semelhante aos antecessores.  

Desta vez, ao invés de contar com um vasto elenco de personagens para escolher, o jogador assume o papel de um combatente específico, Sub-Zero. No enredo, que se passa antes do primeiro Mortal Kombat, o ninja com poderes congelantes favorito dos apelões é contratado por um feiticeiro maligno para resgatar um artefato das mãos de bandidos. No desenrolar da história, Sub-Zero percebe que está sendo manipulado para ajudar a libertar Shinnok, um demônio ancestral, e rebela-se contra o plano.

Os estágios são extensos e permitem uma imersão no universo da série. Nas batalhas contra chefes, temos participações de conhecidos da saga como Quan Chi e Scorpion. Outro destaque é que o sistema de controle foi mantido em sua quase totalidade o que significa que os apelões de Sub-Zero estão em casa, garantindo horas e horas de castigo no joystick com combinações de botões.

A porrada comendo pra cima dos monges
Ainda sobre os golpes, Mythologies implementa um interessante elemento de progressão do personagem, permitindo o destravamento de novas habilidades no decorrer do jogo. Sub-Zero começa o jogo fraco e vai, aos poucos, adquirindo novas capacidades. Diferente dos Mortal Kombat anteriores, aqui os poderes são limitados por uma barra de "gelo" localizada na tela.

Mythologies: Sub-Zero tem sólidas virtudes e oferece ao jogador a oportunidade de dar uma voltinha no universo de MK sob outra perspectiva. Infelizmente, a coisa não tem só lado bom.



O que tem de (muito) ruim

As falhas de desenvolvimento e de conceitos da Midway foram várias. A primeira e mais chamativa está na dificuldade extrema do jogo. Claro que estamos falando de outra era em desafio nos games, mas em Mythologies chega a ser covardia. Mesmo os inimigos mais básicos podem causar muito dano e as armadilhas são insanas, transformando a experiência em uma constante repetição de morte e tentativa, morte e tentativa, até que você memorize a posição dos elementos na plataforma. Bem chato.


Sub-Zero surpreende ao subir em uma corda sem usar a
metade inferior do corpo
Os inimigos também são repetitivos e você vai passar cinco dos oito estágios lutando contra monges Shaolin que flutuam, teleportam-se, atacam com raios e só podem ser mortos depois de congelados. As batalhas contra os chefes, como já foi mencionado, são legais por envolverem personagens consagrados da franquia, mas não se sustentam na prática por serem desafiadoras demais ou pouco imaginativas. Alguns dos oponentes impressionam de tão absurdos, como alguns cyborgs e um ninja montado em um dinossauro (!!!).

O próximo problema está nos controles. Curiosamente, não existe um botão para pular, sendo esta habilidade ativada pelo direcional ou analógico. Pra completar, também existe um botão para virar-se do outro lado (o que normalmente seria acionado pelo direcional). Assim, muitas vezes você  vai encontrar-se rodeado de inimigos e simplesmente se esquecendo do que precisa apertar para olhar pra outra direção. Morte certa.

Por fim, a dublagem dos personagens é de péssima categoria. Forçando nas emoções e sentimentos, as vozes chegam a ser risíveis. Além disso, as cutscenes com atores reais em fundo verde não impressionam e até pioram o nível geral.


Sim ou não?

A melhor pergunta é: você é muito fã de Mortal Kombat? Se sim, talvez seja uma boa tentar. Caso contrário, é preciso dizer que as frustrações superarão a diversão com facilidade. As várias falhas no design e ideias demonstram que os produtores trabalharam apressadamente, sem muita preocupação com o resultado final e, portanto, com os consumidores. Uma verdadeira pena, ainda mais por envolver um nome tão consagrado no mundo dos jogos. Importante ressaltar que, por pior que Mythologies tenha se saído, ainda supera com folga a atrocidade Special Forces.

Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero é um experimento e tem seus méritos. No entanto, acabou entrando mesmo pra história como o primeiro sinal de cansaço da franquia, que pouco mais tarde viria a decair consideravelmente, ficando perto do esquecimento por quase uma década. Mas essa história é longa e merece outro post.


Age of Empires (PC) - Game Flashback

Na ausência de nossa querida Terd em função de seu Trabalho de Conclusão de Curso, tomarei conta temporariamente (com muito carinho) da seção de nossa amante das velharias. Vou dedicar essas primeiras postagens a um especial de uma franquia que tem enorme participação na minha vida de gamer: Age Of Empires. Nunca tive videogame na infância, por isso jogava quase tudo no PC e como fã de estratégia desde sempre, Age se destacou e foi um dos jogos que mais me prenderam em frente à tela. Meu primeiro contato foi com a demo do primeiro game da série, que vinha naqueles CD's de revista com trocentos jogos em um disco só. Tempo depois tive a oportunidade de conseguir o jogo full (o que era um vitória pra época, já que baixar pela internet era mais que um sonho distante), e aí não tinha mais volta. Mas chega de papo e vamos logo saber do que se trata essa tal série. E é claro, que esse post de abertura vai falar sobre o primeiro jogo da franquia. Vamos lá.



Age of Empires, foi lançado em Outubro de 1997, exclusivo para PCs, desenvolvido pela Ensemble Studios e distribuido pela Microsoft Games. É um jogo de estratégia em tempo real ou Real Time Strategy (RTS) e o primeiro a ter uma temática histórica. Críticos da época o classificaram como uma mistura de Civilization com Warcraft. O game permitia ao jogador tornar-se o líder de uma entre 12 civilizações e guiá-la durante quatro eras: (Idade da Pedra, Idade da Ferramenta, Idade do Bronze e Idade do Ferro). 

Sistema de jogo


O sistema básico de Age Of Empires consiste na coleta de recursos e o emprego deles nas tecnologias e pesquisas que irão levar sua civilização a eras mais avançadas. Os recursos se dividem em: Madeira (disponíveis nas árvores), Alimento (Animais, Frutos e Fazendas), Ouro (Minas e Comércio) e Pedra (Minas). E para conseguir coletar tudo isso, você vai precisar dos Villagers (ou Aldeões) que são a unidade mais básica e a espinha dorsal do jogo. Cada recurso é usado para algum propósito, por exemplo: Madeira é o requerimento básico de todas as construções, enquanto o Alimento é usado para produzir qualquer tipo de unidade. Conforme você for avançando de Eras, as unidades e construções vão tendo um preço mais alto, por isso algumas delas necessitaram de Ouro e Pedra.

Os villagers tem o ataque e defesa quase nulos e sua função principal é a coleta de recursos. Você iniciará o jogo sempre com uma porção de villagers e um Centro da Cidade, uma espécie de Quartel General, onde você cria seus villagers e avança de Idades, ou seja, deverá ser defendido a todo custo. A partir dessa pequena "tribo" você vai precisar acumular os recursos e com eles construir outros prédios que possibilitarão a produção de novas unidades e os avanços necessários para que você atinga outra Idade.

Age of Empires trazia cinco tipos de jogo: Campanha, Cenário, Cenário Aleatório, Batalha Mortal e Multiplayer. O modo campanha contava com quatro mapas determinados, entre eles "A Ascenção do Egito", "A Glória da Grécia", "Vozes da Babilônia" e "Yamato, O Império do Sol Nascente". Apesar de divertidas, as campanhas ainda não eram um ponto forte de Age. O que popularizou o game foi o modo Cenário, que permitia ao jogador escolher uma civilização, um mapa e jogar contra até três jogadores. Cenário Aleatório e Multiplayer são autoexplicativos e em Batalha Mortal, os jogadores começam com uma quantidade gigantesca de recursos e devem avançar o mais rápido possível para levar seu adversário a ruína.

Civilizações

Em Age Of Empires, temos 12 civilizações disponíveis, divididas em quatro blocos regionais:

Mediterrâneo Oriental - Gregos, Minoicos e Fenícios.

Mesopotâmia Ocidental - Egípcios, Assírios e Hititas.

Mesopotâmia Oriental - Babilônicos, Persas e Sumérios

Ásia - Shang, Gosojeon e Yamato (Que representam os reinos primitivos de China, Coréia e Japão respectivamente)

Apesar dessa divisão, a única coisa que as civilizações membros de cada grupo tem em comum são seu estilos arquitetônicos. No restante, cada facção tem seus prós e contras que consistem em baixo custo de unidades, bônus de ataque, vantagem econômica, villagers mais baratos etc.






Wololooooooo!

Não dá pra falar de Age, sem falar do mítico "véinho". Ao construir um Templo, você tem a possibilidade de criar uma unidade chamada de Priest ou Sacerdote. O Priest tem o poder de curar seus feridos e converter inimigos para a sua civilização, e para isso o velhaco usa o bizarro cântico "Wololo", que se tornou um meme entre os fãs de Age, ganhando até outras versões. Só pra ter uma ideia, dá uma olhada nesse vídeo aqui.






Expansão

Com o sucesso do jogo, a Ensemble Studios lançou no ano seguinte a Expansão The Rise Of Rome, que trazia um novo bloco de civilizações que seguiam a arquitetura romana: Romanos, Cartagineses, Macedônios e Palmiros. A campanha se focava totalmente na civilização romana. No geral, tiveram poucas mudanças em relação ao game original, com a adição de algumas novas unidades, novas tecnologias e melhorias no gameplay, como a possibilidade de selecionar todos os tipos de unidade ao clicar duas vezes na respectiva unidade.



Sim ou Não?

O primeiro game da franquia Age Of Empires foi um grande sucesso na época, e lançou as bases dos seus excelentes sucessores. Apesar disso, é um jogo que tem suas falhas, principalmente na Inteligência Artificial desequilibrada e na movimentação das unidades. As civilizações possuem pouca identidade própria, apesar de ter seus prós e contras bem detalhados, o que dá a impressão de que pouca coisa muda entre uma  e outra. O jogo também não requer que você elabore grandes estratégias para poder triunfar. Com algumas horas e um pouco de prática já é possível vencer facilmente. Mesmo com essa falta de maior polimento, Age Of Empires é um jogo seminal do gênero e lançou as bases dos seus brilhantes sucessores e os demais jogos de estratégias que o tiveram como inspiração. Por isso, é recomendável que você vá atrás e conheça esse clássico.